Minutos de Paz !

sábado, abril 20, 2024

O Cipó - Casimiro Cunha

 

 


 O Cipó 

Casimiro Cunha


Sobre a árvore frondosa que mostra calma infinita, abraçada ao tronco forte lá se vai o parasita.


Não atinge o cerne, a seiva, mas buscando a copa, as flores, enrodilha-se, teimoso, nas cascas exteriores.


Agarrado tenazmente, vai subindo vagaroso, alcançando o cume verde do arbusto generoso.


Aboletados nos cimos do castelo de verdura, o cipó audacioso aparenta grande altura.


Deita flores opulentas de expressão parasitária, avassalando a nobreza da árvore centenária.


Recebe os beijos do sol, embala-se na ternura da carícia perfumosa, da brisa mais alta e pura.


Mas, vem o dia em que o Pai, na lei de renovação, chama o tronco nobre e velho as bênçãos da mutação.


É aí que o cipó vaidoso demonstra o que não parece, voltando ao pó do chão duro, para as zonas que merece.


Quanta gente brilha ao alto, e, no fundo, inspira dó?


Há milhões de criaturas vivendo como o cipó.


Jamais olvides a lei de trabalho e obrigação, não queira mostrar-te ao alto à custa do teu irmão.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 64, p.65.

 

 

sexta-feira, abril 19, 2024

Estrada do Bem - Casimiro Cunha



Estrada do Bem


Casimiro Cunha


No caminho terrestre

Espírito reencarnando

No corpo que te contém,

Ante as provas necessárias,

Espera fazendo o bem.

*

Se aguardas tranquilidade,

Na luta que te advém,

Em qualquer lance da estrada,

Espera fazendo o bem.

*

Exerces muitos encargos,

Sem apoio de ninguém…

Não te queixes nem reclames,

Espera fazendo o bem.

*

Sobre a tarefa em que vives,

Muita pedra sobrevém,

Sê fiel à obrigação,

Espera fazendo o bem.

*


Calúnia veio ferir-te

Sem que se saiba de quem,

Não somes forças das trevas,

Espera fazendo o bem.

*
Padeces desilusão,

Sarcasmo, insulto, desdém…

Não permutes mal com mal,

Espera fazendo o bem.

*

Lamenta pesares, golpes,

Choras o escárnio de alguém,

Tristeza não edifica,

Espera fazendo o bem.

*

Alguém te falou com mágoa

Do lodo que o mundo tem,

Contempla o céu, fita o sol…

Espera fazendo o bem.

*


Se queres felicidade

Na terra e no mais além,

Não te afastes do serviço,

Espera fazendo o bem.

*


DEUS é Pai justo e Perfeito,

Dá tudo, nada retém,

Se anseias vida mais alta,

Espera fazendo o bem.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Mensagem recebida pelo médium Francisco Candido Xavier em reunião pública do lar Espírita de Lázaro, na noite de 28.11.67, em Uberaba – Minas Gerais.

quinta-feira, abril 18, 2024

O Vento - Casimiro Cunha

 



O Vento 

Casimiro Cunha


Quando passes no meu caminho dando luz ao pensamento, não deixes de meditar na doce missão do vento.


Quem lhe imprimiu tanta força?


Donde vem? De que maneira?


Parece o sopro do céu alentando a sementeira.


Une as frondes amorosas, acaricia a ramagem, é um fluido caricioso amenizando a paisagem.


É o mensageiro bondoso da alegria e da abundância, trocando os germes da vida, vencendo a noite e a distância.


De outras vezes é um amigo com fraternas exigências, que pratica nos caminhos profundas experiências.


Se a flor é infiel à seiva que lhe deu força e guarida, o vento condu-la ao chão, só deixando a flor da vida.


Seu papel na natureza vai da vida à seleção, permutando os germes puros das sementes de eleição.


Também, na vida da Terra, a função do sofrimento parece identificar-se com os fins da missão do vento.


Troca ele as nossas almas, mata as flores da ilusão, refunde os nossos valores em nova fecundação.


O turbilhão de amargores é mais vida envolta em véus povoando a nossa estrada com os germens da luz dos céus.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da naturezaSão Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 96, p.97.

 

 

 

quarta-feira, abril 17, 2024

O Botão - Casimiro Cunha

 


O Botão 

Casimiro Cunha


Na extrema delicadeza da verdura perfumosa, destaca-se pequenino o tenro botão de rosa.


Não há sinal de corola, vê-se apenas que começa a surgir a flor divina num cálice de promessa.


E às vezes, nas alegrias de doce festividade, espera-se pela rosa no caminho da ansiedade.


Deseja-se a flor robusta com que se adorne a beleza, mas não há lei que perturbe os passos da Natureza.


É certo que toda rosa, como joia de paisagem, nunca pode prescindir do zelo da jardinagem.


Precisa tempo, entretanto, na sombra e na claridade, requerendo orvalho e sol, noites, chuva, tempestade.


Por crescer, pede cuidado nos inícios da existência, mas, morrerá com certeza a golpes de violência.


Assim, também, quase sempre, a muita crença em botão tentamos impor, à força, a nossa compreensão.


Toda crença é patrimônio que não surge improvisado; É a rosa da experiência, em terras do aprendizado.


Se tua alma vive em festa, na fé que pratica o bem, ajuda, coopera e passa...


Não busques torcer ninguém.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da naturezaSão Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 59, p.60.


terça-feira, abril 16, 2024

O Barbicacho - Casimiro Cunha

 


O Barbicacho 

Casimiro Cunha


Por vezes, na atividade das viagens, do transporte, o animal em disparada promete desastre e morte.


Por mais que sustenha a rédea e colabore o cocheiro, em tudo, paira a ameaça de rumo ao despenhadeiro.


Trabalhos imprescindíveis sofreriam dilação, se o condutor não agisse com firmeza e precisão.


Antecipando o terror da descida, abismo abaixo, o montador ou o cocheiro recorrem ao barbicacho.


Reage o animal teimoso, rebela-se e pinoteia, mas tudo cessa de pronto, na apertura da correia.


Se busca saltar de novo sob fúria mais violenta, eis que lhe vaza a boca espuma sanguinolenta.


De queixo posto no entrave, qualquer coice dado a esmo, se pode ofender os outros, dói muito mais nele mesmo.


Em pouco tempo o rebelde, agora sem mais descanso, trabalha tranquilamente humilde, bondoso e manso.


Assim, também muita gente em falsa compreensão, ao invés de trabalhar, faz queixa e reclamação.

 

Contudo, à beira do abismo, antes da queda ao mais baixo, recebem os linguarudos as bênçãos de um barbicacho.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 57 ,p.58.

segunda-feira, abril 15, 2024

O Açúde - Casimiro Cunha

 




O Açúde 

Casimiro Cunha


Vai-se o inverno frio e longo, volta o tempo desejável, o açude prossegue sempre na harmonia inalterável.


Espelho caricioso refletindo o céu de anil, é lençol de luz e ouro, na tarde primaveril.


Durante o dia sem sombras, retrata o Sol a brilhar, quando a noite vem descendo guarda os raios de luar.


Tudo isso é um quadro lindo, mas não é só.


A represa é a mensagem da prudência no apelo da Natureza.


O açude não priva as águas de manter seus bons ofícios, mas sabe guardar as sobras, evitando os desperdícios.


No organismo inteligente de suas disposições, fornece canais amigos em todas as direções.


E surgem forças cantando, no pão, na luz, no agasalho.


É  a vitória da alegria, na abundancia do trabalho.


Se a represa não guardasse com prudência e com carinho, faltaria o necessário nos celeiros do caminho.


Se o perdulário entendesse o ensinamento do açude, jamais choraria a falta do sossego e da saúde.


Guardar o que seja justo, sem torturas de avareza, e da prudência divina.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da naturezaSão Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 53, p.54.

 

 

domingo, abril 14, 2024

Deus te Ama - Joanna de Ângelis


 

Deus te Ama 


Joanna de Ângelis 


Deus te ama

e tu percebes.

Sua ternura

te rocia a face

e Suas mãos

te sustentam.


Seu hálito te vitaliza

e Sua voz silenciosa

chega aos teus ouvidos,

com bênçãos,

com esperanças

e com orientações.


Deus te busca

e te encontra.

Agora que O sentes,

deixa-te penetrar

e conduzir

ao destino feliz

que te reserva.


Deus vive, manifesta

e dilata o Seu Amor

através de Ti.

Tu o sabes ...

E onde tu estiveres

Ele estará sempre contigo.

 

FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Filho de Deus , Cap. 31, p.35.


sábado, abril 13, 2024

A Usina - Casimiro Cunha

 

 


A Usina 

Casimiro Cunha

 

Ao lado da queda d‘água, se existe o rumor da usina, é justo considerar a lição que o quadro ensina.


Da corrente que despenha, aumentando atividade, parte o fluido vigoroso que vibra eletricidade.


Transforma-se a cachoeira em gerador de energia, que a usina prestigiosa traduz com sabedoria.


A primeira exprime força suscetível de criar, a segunda é o vaso amigo que procura aproveitar.


Uma dá, outra recebe com bondade e diligência; semelham-se a ordem calma ao lado da obediência.


Desse acordo delicado nasce o gérmen do processo, em que se organiza o bem do conforto e do progresso.


Desde então, vencida a sombra, há luzes pelos espaços, alimento à grande indústria, serviço a milhões de braços.


Por servir e obedecer, bondosa, confortadora, vem a usina a converter-se na sublime benfeitora.


O quadro revela os olhos, em nobres clarões sem véus, a cachoeira incessante, desgraças que vêm dos céus.


Quando houver em cada homem a obediência da usina, toda a Terra brilhará no trono da Luz Divina.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 51, p.52.

 

 

 

sexta-feira, abril 12, 2024

A Pérola - Casimiro Cunha

 


A Pérola

Casimiro Cunha

 

Dos trabalhos de conquista da fortuna dadivosa, destaca-se a pescaria da pérola preciosa.


Nem todo mar serve à pesca, há nas ostras exceção, em verdade, muito poucas atendem na seleção. 


Extremas vicissitudes, trabalhos, perigos, dores, tudo isso desafia o esforço dos pescadores.


Não se pode prescindir de serviços sobre-humanos, com cuidado e intrepidez, no fundo dos oceanos.


É preciso haver coragem estranha a qualquer temores, no justo desprezo aos monstros das zonas inferiores.


A descida no mergulho, ao longo do enorme abismo, traduz um ato de fé que descende do heroísmo.


Mas, depois do sacrifício, a que o homem se conduz, vem a pérola mostrando um sonho formado em luz.


Todo o ouro amoedado, nos arquivos da avareza, não cria esse dom de Deus que surge da Natureza.


No esforço do pensamento, imita essa pescaria: No oceano do Evangelho há paz e sabedoria trabalha, despreza os monstros, esquece a dificuldade e acharás com Jesus Cristo as pérolas da Verdade.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 38, p.39.

 

 

quinta-feira, abril 11, 2024

A Semente - Casimiro Cunha

 


A Semente

Casimiro Cunha

 

Nos quadros vivos da roça, a semente pequenina é página aberta aos homens, mostrando lição divina.


É minúscula, e somente à luz de grande atenção pode ser reconhecida no campo de plantação.


Quanto pesa? 


Quase nada: Coisa muito inferior, calcada aos pés, sem cuidado, nas lutas do lavrador.


No entanto, grãozinho humilde, que pouca gente repara, tem tarefas e caminhos, lições de beleza rara.


Humilde, pequena e pobre, abandonada ao monturo, a semente é a garantia do edifício do futuro.


Coisa mínima lançada ao vasto lençol do chão, vai ser árvore, celeiro, remédio, alimentação.


Mas é justo ponderar, ao senso da criatura, que a espécie de produção responde à semeadura.


Laranjeira dá laranja, macieira dá maçã, planta rude do espinheiro é mais espinho amanhã.


As sementes ignoradas, da roça desconhecida, são iguais às bagatelas do quadro de nossa vida.


Uma palavra, um conselho, um gesto, uma vibração, vão crescer e produzir conforme nossa intenção.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 48, p.49.


quarta-feira, abril 10, 2024

A Praia - Casimiro Cunha

 



A Praia 

Casimiro Cunha

 

Mar revolto. Sombra densa, ao longo da vastidão.


Vibra a angústia em cada rosto na frágil embarcação.


O vento sopra de rijo espalhando a tempestade, as ondas são monstros verdes no dorso da imensidade.


Dolorosas inquietudes, amarguras, nervosismos...


Céu e mar desesperados – É o choque de dois abismos.


Não mais bússolas, nem velas, tudo horror, trovões e vento, só resta, entre vagalhões, o esforço do salvamento.


Ninguém define a distância e o mais lúcido, o mais forte, mergulha-se em pensamento nos caminhos para a morte.


É quando a costa aparece, trazendo nova esperança.


É a mensagem carinhosa dos planos de segurança.


Que alívio dos viajores, cansados de sofrimento!...


Eis que a praia simboliza a luz dum renascimento.


Ao seu lado, volta a calma, extinguem-se a sombra e a dor, renova-se a confiança na esfera superior.


Esse quadro nos recorda o mundo desesperado, que parece muitas vezes, grande mar encapelado.


Mas todo cristão sincero é uma praia apetecida, onde há paz e segurança, caminho, verdade e vida.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da naturezaSão Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 45, p.46.

 

 

terça-feira, abril 09, 2024

A Plantação - Casimiro Cunha

 


A Plantação 

Casimiro Cunha

 

É muito grande o trabalho, enorme a preparação, na terra que se destina ás fainas da plantação.


É preciso desprezar certas plantas, certas flores retirar os espinheiros e arbustos inferiores.


Depois da foice aguçada, que opera o desbravamento, vêm, a golpes de enxadão, limpeza e destocamento.


No corpo da terra nua, em lutas laboriosas, há frondes e flores murchas, cicatrizes escabrosas.


Logo após, o arado amigo, cuidadoso, traça a leira, completando atividades, devidas à sementeira.


O  solo dilacerado dá conta do esforço ingente, a terra aberta e ferida é o berço justo à semente.


A zona que se consagra, ás tarefas de cultura, fornece lições diversas ao campo da criatura.


Muita gente julga, a esmo, que as lutas da educação se resumem a teoria, discurso e doutrinação.


Mas o problema é bem outro: Não se dispensa a harmonia entre ação e ensinamento, nos quadros de cada dia.


Dores, lutas, sofrimentos, são bênçãos de formação da Divina Sementeira nas zonas do coração.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 40, p.41.